Estar na fronteira: como não representar através da imagem-som?
Represa Billings -Zona Sul - São Paulo
Refletindo sobre a relação imagem-som no trabalho de Godard:
"Uma imagem se faz representar por um som, como um operário por seu sindicalista. Um som toma o poder sobre uma série de imagens. Então, como chegar a falar sem dar ordens, sem pretender representar algo ou alguém, como conseguir fazer falar aqueles que não têm esse direito, e devolver aos sons seu valor de luta contra o poder? Sem dúvida é isso, estar na própria língua como um estrangeiro, traçar para a linguagem uma espécie de linha de fuga". (Deleuze, Conversações, p.56).
“O E não é nem um nem o outro, é sempre entre os dois, é a fronteira, sempre há uma fronteira, uma linha de fuga ou de fluxo, mas que não se vê, porque ela é o menos perceptível”. Assim, o objetivo de Godard é “ver as fronteiras; isto é, fazer ver o imperceptível”; em outras palavras, “toda uma micropolítica das fronteiras contra a macropolítica dos grandes conjuntos”. (Deleuze, Conversações, p.60).
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